Nunca imaginei que minha "gritaria" com os companheiros de futebol pudesse ser determinante para a vida profissional

Eu comecei na TV como produtor de pautas. É um cargo de quando se entra na emissora, especialmente porque exige pouca experiência, apesar da importância do serviço.
Toda quinta-feira a gente jogava aquelas peladas semanais de futebol que toda empresa tem. Ia quase todo mundo. Quem jogava, ou tentava, e quem ia somente para curtir uma cervejinha ou um bate-papo.
Era um momento legal, de descontração mesmo.
O cara que gritava
Eu curtia, mas como tenho uma veia competitiva pulsante, também disputava as partidas com raça e como eu sempre joguei no gol era o cara que mais gritava com a galera. Jogar no gol faz você ver o jogo como um todo e por isso é mais fácil ficar nesta vibe.
EU arrumava a zaga, orientava o meio campo, dava toques para os meninos lá da frente. Era chato até porque só se ouvia minha voz.
Bem, um dia sou chamado na sala da gerência de Jornalismo e meu chefe de cara me oferece a coordenação do setor de produção na TV. Fiquei assustado porque eu tinha pouco mais de seis meses de emprego e comigo trabalhavam pessoas que com mais de dez anos de casa.
Atitude é tudo
Aceitei, claro, porque estas coisas a gente nem conversa e daí vê o que faz, mas antes de sair da sala dele eu perguntei por que eu. De cara, ele mandou: “Eu sempre vou assistir o futebol e gosto de ver como você organiza o seu time, não deixa ninguém parado, exige e elogia os caras. Aliás, por isso que quase sempre ganha os jogos. Quero isso aqui na emissora também. Boa sorte.”
Aprendi muito ali que somos observados o tempo todo e nossas atitudes são determinantes. Para o bem ou para o mal.
E lá fui eu, gritar com minha nova equipe!
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