Confie em seus sentidos, use sua intencionalidade e permita que a imagem se apresente de forma incrível para ser capturada pela câmera
A fotografia é tudo aquilo que você quer que seja
Toda imagem fotográfica é sempre uma imagem construída. É produto arquitetado pelo próprio fotografo. Á fotografia é, portanto, tudo aquilo que você quer que seja.
Mesmo naquelas capturadas no calor de um momento, o inconsciente atua de maneira muito sutil. E ainda assim, sobrepõe a este desejo a carga do espectador, gerando sempre um leque amplo de interpretações. Mas isto é outra conversa.
Para os fotógrafos que estão no início da caminhada, a grande descoberta ou o grande primeiro passo, então, é sacar que ele manda na cena e não o contrário.
Depois disso, comece a fugir do óbvio, mesmo que ele seja incrivelmente tentador, como um pombo sentado em uma fonte de água. Pombo é pombo. É comum, é porcaria.
O óbvio é, na verdade, o maior pesadelo de quem se aventura no mundo da fotografia. Ele é arrasador. Uma reação alérgica, que fica cada dia maior diante das milhares de imagens que invadem nos olhos. E como fugir disto?
Aprender a olhar significa primeiro considerar que há dois planos de visão: o geral e o detalhe. Normalmente, o mundo das imagens nos obriga a ver tudo, de maneira pasteurizada. Ou seja, a gente vê, mas não consegue olhar. Quantas cenas você se lembra de todas que viu ontem no Facebook, por exemplo? Cada vez mais se vê e não se enxerga nada.
O detalhe ajuda a escapar desta armadilha. Sempre que busco uma fotografia, confio nos meus sentidos, tato, visão, olfato, paladar e audição. Se conseguir ouvi-los corretamente, eles me darão de presente a imagem que eu quero.
Assim como pescador, que diante da imensidão do rio, tem de jogar a isca o mais próximo possível do peixe, o bom fotógrafo precisa se concentrar naquela porção infinitesimal de tudo aquilo que lhe interessa. E precisa de fé. Vai acontecer, mas precisa acontecer por você. Só por você.
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